Nota de esclarecimento sobre a Audiência Pública que aconteceu na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) no dia 23 de junho de 2022.

O chamado do Papa Francisco para “re-almar” a economia convoca-nos a construir ‘uma economia que faz viver e não mata’. Um compromisso firme com a construção do bem viver dos povos e de um novo Humanismo pautado no cuidado com a Casa Comum e a Cultura do Encontro. Deste chamado, nasceu a ABEFC (Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara) em 2019, com o compromisso de construir coletivamente a democratização da economia e da política.

Causou estranheza a todos os entusiastas e parceiros(as) da ABEFC a realização da Audiência Pública ocorrida na Assembleia Legislativa de São Paulo no dia 23 de junho de 2022 com o tema ‘Economia de Francisco e Clara’, que contou com a presença de atores políticos que estão em evidente desacordo com o projeto construído pela ABEFC e pelo Papa.

A Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara vem esclarecer por meio desta nota que não participou da organização da referida audiência. Inclusive, não pactuamos com quem sabidamente atua em lógica anti-povo, e fazemos questão de denunciar as ideias e práticas defendidas por essas pessoas e grupos.

A ABEFC vem há anos fomentando coletivamente espaços de diálogos em consonância com movimentos populares, entidades e organizações que comungam e já produzem a Economia de Francisco e Clara. Portanto, é nosso dever ético entender que manifestações públicas em nome da Economia de Francisco e Clara precisam estar atentas ao que historicamente condiz com as ideias e práticas inspiradoras desse processo iniciado pelo Papa Francisco em vista de realmar a economia.

Muitas experiências e projetos foram gerados e serão desenvolvidos a partir do chamado internacional do Papa Francisco, sabidamente nem todos em sintonia com as perspectivas pactuadas pela ABEFC. No entanto, em respeito à caminhada iniciada em 2019 por esse movimento, também em conformidade com a inserção de “Clara”, que pretende justamente marcar o caráter popular, não podemos compactuar com as manifestações públicas que não se amparam nas premissas construídas coletivamente.